Festas natalinas estimulam o comércio no fim de ano

Em 07/12/2018
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A celebração do nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro vai muito além da religião: reencontrar a família, contar histórias, rever fotografias, trocar presentes e, até mesmo, ganhar um bom dinheiro. É assim o Natal do administrador de empresas Juan Lorenzzo, proprietário de uma confeitaria no Recife. Ao longo do ano, o empreendedor fabrica produtos gourmet para festas e eventos em geral. Mas nessa época o foco do negócio são as sobremesas com detalhes e embalagens natalinos. Em 2017, Juan viu as vendas dispararem quase 100% em relação ao mês de novembro, quando lançou a doceria. “Foi meu primeiro ano, eu não era conhecido nem nada, assim, meu doces. Eu consegui tirar R$5.600 pra mim. É uma boa ajuda, né? Mas o fluxo de encomendas para o final de ano é menor que o do Natal. O Natal que é muito. Eu cheguei a entregar no dia 24 cerca de 1.800, 2 mil doces.”

Além de empreendedores como Juan, empresários do ramo gastronômico também devem faturar mais no período, segundo o presidente da Associação de Bares e Restaurantes de Pernambuco, André Araújo. Na avaliação dele, a esperança por um futuro melhor deve levar as pessoas a frequentar mais o setor de entretenimento. Por trás desse otimismo, estaria o novo cenário político. “Após essa eleição presidencial, o quadro tende a melhorar porque vai se cumprindo, dentro do regime democrático, as regras que o mercado espera ouvir: a segurança jurídica, a estabilidade econômica e outros fatores que acabam por fortalecer não somente o nosso setor mas a economia como um todo.”

Pelo mesmo motivo, o presidente do Clube de Dirigentes Lojistas do Recife, Cid Lôbo de Mendonça, acredita que o comércio fique mais aquecido. “A nossa expectativa é de que tenhamos um crescimento de 5% no mês de dezembro em relação ao mesmo período do ano passado. O emprego está começando, embora lentamente, a se recuperar. A economia, passadas as eleições, já tem um rumo. Então, a gente espera que tenhamos boas vendas de Natal, de fim de ano e das festas natalinas como um todo.”

A perspectiva para o Natal é, de fato, positiva e as razões são muitas, na análise do economista da Fecomércio Pernambuco, Rafael Ramos. “É a data mais importante para o comércio em relação ao volume de vendas. E esse último trimestre já inicia com o Dia das Crianças, depois vem a Black Friday e termina com o Natal e  o Ano Novo, em dezembro. Principalmente o último trimestre do ano é que tem o pico das contratações temporárias em novembro e também a questão do recebimento do 13º salário, com a injeção de bilhões na economia. Isso faz com que as pessoas se incentivem em relação ao consumo.” Ramos observou que outras datas comemorativas de 2018 já registraram um faturamento maior em relação ao ano passado. Essa tendência, de acordo com o profissional, deve continuar.

O Natal deste ano pode movimentar cerca de 35 bilhões de reais, quase 3% a mais que o de 2017, conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, CNC. Mais de 76 mil trabalhadores temporários devem ser contratados em todo o país. Essas vagas podem ser uma boa porta de entrada no mercado de trabalho, segundo o  presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe, deputado Aluísio Lessa, do PSB. Quanto às vendas, no entanto, o parlamentar não espera por uma alta. “As previsões não são animadoras. Inclusive, estudiosos da economia local acreditam que teremos um final de ano menor, economicamente, do que o do ano passado. Mas o comércio começa a aquecer, empregando gente, contrato temporário. E é aquela tendência, né? E os trabalhadores que se destacam podem ser efetivados após as festas do final de ano.”

Seja qual for o resultado para o comércio, o Natal segue rico em elementos que nos encantam todos os anos: velas, estrelas, presépios, guirlandas e, claro, o Papai Noel.